Não vim destruir a Lei de Deus
Amigos leitores, como fui encarregado de expor virtualmente, na FEB, o tema desta crônica, no dia 9 de janeiro de 2022, após retornar de saudáveis dias em Florianópolis, pedi ao mentor Machado que me inspirasse na elaboração do poema abaixo sobre o assunto, que está no capítulo I d'O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ele, gentilmente, acedeu ao meu pedido, que compartilho com vocês a seguir.
Não vim destruir a Lei... – Por: Jó
Após ter sido acusado por alguns homens judeus
de violar as leis de Deus, Jesus lhes diz inspirado:
— Moisés, o grande profeta, anunciou minha vinda
após receber de Iahweh as tábuas da Lei divina.
Nelas, os Dez Mandamentos, que ele entregou aos hebreus,
têm no início o ensinamento para amar primeiro a Deus.
Dos dez, esse é o primeiro!
Sete é proibição; e, se o descanso é o terceiro,
o quarto é o de devoção:
honrar mãe e pai honrar, é o que este nos ensina,
pois o amor familiar é parte da Lei divina.
O segundo mandamento faz-nos recomendação
que não citei logo atrás, mas é o seu primeiro não:
não falar seu nome em vão...
Depois diz pra não matar,
não praticar adultério,
como também não furtar.
A estes, seguem-se três:
não ser testemunha falsa; não cobiçar a mulher
e nem as coisas alheias.
Guardem os Dez Mandamentos da Lei divina que sigo.
O resto foi de Moisés: leis tão duras que eu nem digo...
Sendo, de Moisés, preciso, leis cruéis para conter
a dureza de uma tribo,
fingiu de Deus receber outra legislação forte
com dura intimidação;
mas a Lei divina é o norte de amor ao nosso irmão.
E, para o mundo querido, tudo o que eu lhe falei
e não foi compreendido está na divina Lei.
Não vim destruir a Lei, pois de todos os profetas,
embora sendo o maior, fui humilde e muito amei.
Moisés já me anunciara, dois mil anos antes d'Eu
vir ao mundo em Belém como o Messias de Deus.
500 anos depois, fora o profeta Isaías
que, em ocasiões diversas, ao mundo me anunciaria.
Para virem boas-novas, como previra Isaías,
Deus me enviaria ao mundo como o seu maior Messias.
Mais dois séculos na história, e o profeta Jeremias
alertou-lhe que eu viria restaurar a Lei divina.
Também disse Malaquias, quatro séculos depois,
que João já fora Elias e então me precederia.
Então eu, o Redentor, vim ao mundo em cumprimento
deste novo mandamento de nosso Pai e Senhor:
—Voz que clama no deserto, preparai ao Salvador
veredas endireitadas pela pureza do amor...
Trinta anos se passaram, e o precursor João Batista
falou-me da gratidão de todos que se curaram:
— Mestre, cegos veem, sarados;
mudos cantam ao falar;
surdos se alegram de ouvir;
e coxos dançam no andar...
E eu disse a João Batista que a maior enfermidade
que o mundo trazia n'alma era o desprezo à verdade.
De tanto explorar-se a crença com mentira mitológica,
a fé caiu em descrença, ante o domínio da lógica.
Por isso é que foi preciso depurar na rude dor,
com tragédia e pandemia, este mundo pecador.
Então, eu lhes asseguro: não vim a Lei destruir,
Vim, sim, tirá-los do escuro, para a Lei de Deus cumprir.
Não existe lei maior que a divina Lei do amor,
e, para seu cumprimento, presido ao Consolador
que anunciei por João, no capítulo quatorze,
e que deixará no mundo eterna consolação.
Trouxe-lhes o Espiritismo, que tira da letra o véu,
qual revelação do céu, restaurando o Cristianismo.
E, como seu bom pastor, reforço tudo o que disse:
amem-se como eu os amo; a Lei de Deus é o amor!
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