Sociedade da Informação ou Sociedade do Conhecimento?

por Alexsandro M. Medeiros

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 postado em jun. 2019

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            No decorrer da história o homem tem criado os mais diversos meios e ferramentas para se comunicar, e deste modo melhorar o seu padrão de vida. “A informação sempre foi o insumo básico do desenvolvimento. Quando o homem associou a fala e a imagem e criou a escrita, ele permitiu a transmissão e a armazenagem de informação” (BORGES, 2000, p. 31). Depois vieram a imprensa de Gutenberg no século XV, o telefone, o rádio, a televisão.

            A primeira máquina digital de processamento de dados, batizada de Colossus, foi criada pelos Britânicos, em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial para decifrar códigos nazistas. Nove anos depois surge, nos EUA, o primeiro órgão público para o processamento de dados, a NSA (Agência Nacional de Segurança), com o objetivo de processar dados automaticamente para obter informações relativas a inteligência durante a Guerra Fria. Nestes dois exemplos, a informação era algo essencial. Foi a informação que permitiu aos Britânicos obter informações das táticas de guerra dos nazistas e, no contexto da Guerra Fria, a informação tinha um importância maior do que as próprias armas de guerra.

            Finalmente, em 1989, surge a world wide web, desenvolvida pelo cientista britânico Tim Berners-Lee para facilitar a troca de informações entre as pessoas. Tim Berners-Lee só não imaginava que sua invenção iria revolucionar a forma como dados  e informações eram armazenados e compartilhados.

            Nesse contexto as TICs (tecnologias da informação e comunicação), geram o conceito de Sociedade da Informação: um termo que surgiu no século XX, a partir dos avanços da tecnologia que ampliou em escala mundial o acesso à informação. Ocupando espaço nas mais diferentes universidades pelo mundo e também no campo político, econômico e social “a expressão ‘sociedade de informação’ transformou-se rapidamente em jargão nos meios de comunicação, alcançando, de forma conceitualmente imprecisa, o universo vocabular do cidadão” (WERTHEIN, 2000, p. 71). A ideia de Sociedade da Informação, segundo Castells (2000), gera um novo paradigma, que tem entre suas características: a informação como matéria-prima, com alta penetrabilidade (sua atividade afeta a todos), a partir de um sistema de lógica de redes, com grande flexibilidade (permitindo modificação e reorganização de seus componentes) e crescente convergência de tecnologias. Na década de 1990 o termo sociedade do conhecimento passou a servir como uma alternativa ao termo sociedade da informação.

            Estamos todos cercados por informação, elas atuam em diferentes espaços e lugares da nossa vida atual. Informações são postadas, lidas, compartilhadas a cada segundo. A sociedade contemporânea está inserida num processo de mudança em que as novas tecnologias são as principais responsáveis. Este tipo de sociedade encontra-se em processo de formação e expansão. As facilidades que as tecnologias trazem têm vindo a aumentar o nível de complexidade da informação e o seu respectivo tratamento. Com a internet existe a troca de fluxo de informação em tempo real. Desde a década de 1970, marcada pelo boom das telecomunicações, que o desenvolvimento da informática vem fazendo com que a sociedade apresente novas condições para o processamento de informação.

            Diante deste cenário, discute-se como a sociedade pode utilizar a informação em proveito próprio. As possibilidades são muitas e já começam a se fazer sentir de várias formas:

Educação à distância, bibliotecas digitais, videoconferência, correio eletrônico, grupos de “bate-papo”, e também voto eletrônico, banco on-line, video-on-demand, comércio eletrônico, trabalho à distância, são hoje parte integrante da vida diária na maioria dos grandes centros urbanos no mundo (WERTHEIN, 2000, p. 75).

            Mas a condição para a Sociedade da Informação avançar é a possibilidade de todos poderem aceder às TICs, presentes no nosso cotidiano que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de trabalho e de lazer.

            A televisão, a telefonia e a internet são as grandes responsáveis pelo advento dessa nova sociedade. Impulsionado pelo desenvolvimento da internet ferramentas digitais como bibliotecas digitais, correio eletrônico, banco on-line e redes sociais são marcantes na contemporaneidade.

            Ao apontar algumas das características da sociedade da informação e do conhecimento, Borges (2000, p. 29) destaca:

a distância e o tempo entre a fonte de informação e o seu destinatário deixaram de ter qualquer importância; as pessoas não precisam se deslocar porque são os dados que viajam; – a probabilidade de se encontrarem respostas inovadoras a situações críticas é muito superior à situação anterior; – as tecnologias de informação e de comunicação converteram o mundo em uma “aldeia global” (MacLuhan); – as novas tecnologias criaram novos mercados, serviços, empregos e empresas; [...] registro de grandes volumes de dados a baixo custo; processamento automático da informação em alta velocidade; recuperação de informação, com estratégias de buscas automatizadas; acesso às informações armazenadas em bases de dados em vários locais ou instituições, de maneira facilitada; monitoramento e avaliação do uso da informação.

 

 

Referências Bibliográficas

BORGES, Maria Alice Guimarães. A compreensão da sociedade da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 3, p. 25-32, set./dez. 2000. Acesso em: 04 jun. 2019.

CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura. In: A Sociedade em rede. São Paulo : Paz e Terra, 2000. v. 1.

WERTHEIN, Jorge. A sociedade da informação e seus desafios. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 2, p. 71-77, mai./ago. 2000. Acesso em: 04 jun. 2019.

 

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