Um estudo do estado da arte

        Ao realizar uma pesquisa aprofundada sobre um determinado tema, mapeando e analisando a produção científica existente naquele campo de conhecimento, podemos dizer que estamos realizando um estudo do estado da arte (ou “estado do conhecimento”). É como mapear o que já foi publicado e debatido sobre o assunto até o momento, através de uma revisão bibliográfica, levantando informações através de trabalhos acadêmicos como dissertações de mestrado, teses de doutorado, artigos científicos, etc.

        O principal objetivo de um estudo do estado da arte é, portanto, identificar o que já se sabe sobre o tema, apresentando um panorama completo do conhecimento produzido sobre o tema, revelando as principais teorias, conceitos, metodologias e abordagens utilizadas. Esta identificação permite direcionar o pesquisador, ajudando-o a se situar no campo de pesquisa, escolhendo seus descritores (palavras-chave), identificando fontes confiáveis e delimitando o problema de sua própria pesquisa.

        O estudo do estado da arte pode, desta forma, fornecer a base para justificar a relevância e originalidade de um novo trabalho de pesquisa, ajudando a identificar áreas que ainda não foram suficientemente pesquisadas ou que demandam maior aprofundamento.

        Desta forma, um estudo do estado da arte é uma etapa importante na pesquisa acadêmica, pois permite ao pesquisador explorar o conhecimento já produzido, identificar o que ainda precisa ser investigado e construir sua própria contribuição de forma fundamentada e original.

        Para realizar um estudo do estado da arte deve-se seguir os seguintes passos: 1) definição do tema e recorte temporal (período de tempo das publicações que serão analisadas, por exemplo, dos últimos 5 anos); 2) definição de descritores, ou seja, as palavras-chave, que são os termos relevantes que serão usados nas buscas em bases de dados; 3) realizar uma busca sistemática em bases de dados que sirvam como fontes acadêmicas confiáveis, como periódicos específicos da área, bancos de teses e dissertações, Scielo, etc.; 4) seleção e categorização dos trabalhos, ou seja, aplicar critérios de inclusão e exclusão para selecionar os estudos mais relevantes e, em seguida, agrupá-los por temáticas, abordagens metodológicas, resultados encontrados, etc.; 5) análise e síntese dos dados, ou seja, analisar o conteúdo dos trabalhos selecionados para identificar tendências, consensos, divergências, lacunas e contribuições; 6) e finalmente, a redação do estudo, que é a parte onde se apresenta os resultados de forma clara e organizada, destacando o panorama geral do campo, as principais discussões e as lacunas identificadas.

 

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